Senhor, mata a minha fome por grandeza.
O desejo de ser grande e conhecido é algo que acompanha a história da humanidade desde os seus primórdios. Em Gênesis 11.4, conta a história dos habitantes de Babel que decidiram construir uma grande torre a fim de que seus nomes pudessem ser conhecidos.
Todos queremos ser reconhecidos, desejamos que os outros conheçam o nosso nome e trajetória. Mas será que o evangelho não requer que sejamos esquecidos? Veja, piedosos homens no decorrer da história foram esquecidos, entretanto exerceram sua vocação e ministério fielmente e no anonimato. Creio também que Deus faz com que homens pequenos se tornem grandes. Mas, grandes aos olhos de quem?
E se ninguém ouvir falar de você? Se ninguém ouvir os sons de teus instrumentos e sermões, ou ler os teus escritos, ainda vale a pena? Se tua vida for varrida da história? Se ninguém nunca se lembrar de ti? E se você nunca for convidado para falar em grandes conferências e seminários? Cristo e o Evangelho ainda seriam suficientes para você?
No desejo de querer que o Reino cresça, eventualmente, posso querer que o meu nome também apareça. Facilmente posso ser enganado pela corrupção de meu coração. Por isso, a autoanálise precisa ser constante. Posso iludir-me achando que estou edificando o ministério de Cristo, quando na verdade estou apenas trabalhando para o meu eu.
Esse tipo de motivação fica bem escondida e posso ser enganado pela cortina de fumaça das boas obras e sacrifícios pessoais em prol de Cristo. Isto é, se você está servindo a Cristo no contexto da igreja, fazendo o que é certo, se desgastando no ministério, o que pode haver de errado nisso? Se a tua motivação final não é Cristo e a Glória de Deus, toda obra construída é como palha seca que logo passará.
E se ninguém nunca ver ou ouvir aquilo pelo qual você gastou tua vida? E se aos olhos humanos esse algo que Deus confiou a você for pequeno e insignificante demais? E se for apenas uma cidadezinha esquecida no meio do nada com um pequeno projeto para algumas dezenas de crianças? E se for ali nas pequenas aldeias e vilarejos mais remotos (Lc 9.6) que Deus queria sepultar a tua vida? Cristo e o Evangelho ainda seriam suficientes para você?